quarta-feira, novembro 06, 2013

Pequeno dragão macaense

Texto originalmente escrito em Inglês pela NaE e traduzido pelo João
Maria aos 7 meses na praia de Mira, Portugal
Oprimeiro aniversário da nossa "Princesa Dragão", Maria Dee, aproxima-se, apenas uma semana antes do dia em que passaremos a viver a bordo. Durante a minha gravidez fui abençoada e tudo correu bem. Tive alguns enjoos de manhã, uma vez tive uma constipação, o dia marcado pelo médico para o parto foi acertado e o trabalho de parto foi curto. Nestes primeiros meses de vida a Maria só visitou o hospital uma vez por causa de prisão de ventre, provavelmente porque ela tem os genes que eu! Ela é, graças a Deus, saudável e esperamos que continue a sê-lo sempre com o estilo de vida que vamos adoptar.
As fotos da minha gravidez
Não posso dizer que não me preocupo com a nossa menina na nossa "Volta ao mundo". Muitas das famílias que vivem em veleiros com as crianças são acusadas ​​de serem irresponsáveis. Mas acreditem, não o somos! Por iríamos fazer algo de mal à nossa bebé? Queremos dar-lhes a melhor educação, é apenas uma forma diferente de vida, diferente do que se considera "normal". O nosso caso é, de alguma forma, especial devido à questão dos idiomas. A língua materna do João é o Português, a minha é tailandês, mas a nossa língua em casa é, principalmente, Inglês e às vezes francês, no entanto, a língua do local de nascimento é cantonês!
A população de Macau é constituída de portugueses, chineses e macaenses e algumas outras nacionalidades. Os Macaenses são um grupo étnico surgido em Macau desde o século 16, consistindo principalmente em pessoas com alguma ascendência Portuguesa. Têm uma língua crioula baseada no Português a que chamam Patuá e que está quase a desaparecer (A 20 de Fevereiro de 2009, a nova edição do Atlas das Línguas do Mundo em Perigo da UNESCO classificava o Patuá como uma língua "criticamente ameaçada". O Atlas contava o número de falantes em apenas 50 no ano 2000). Para se ser Macaense tem que se ter ascendência Portuguesa e ser nascido em Macau. Um Chinês nascido em Macau nunca será um Macaense, será apenas um Chinês de Macau. O patuá é falado apenas por uma minoria, menos de 10% da população Macaense.
Maria Dee a velejar com o Pai sob bandeira de Macau
Às vezes tristeza ao Macaenses que não falam Português. Alguns dos pais macaenses, porque a língua que falam em Macau é o Chinês, colocam mais ênfase no ensino do Inglês às crianças porque é uma língua internacional, deixando de lado o Português dos seus antepassados​​.
Nós planeámos como lidar com este problema com a Maria mesmo antes de ter sido concebida, aliás isto foi sempre uma das nossas preocupações. Os pais do João falam Português e Francês e essa foi a razão pela qual eu aprendi Português antes de os conhecer, para que pudéssemos, pelo menos, ser capazes de se comunicar com frases básicas. A minha mãe só fala tailandês, portanto é fácil imaginar que o João e eu nos tornamos tradutores a tempo inteiro para os nossos pais! Pelo menos a Maria Dee ter;a de ser capaz de falar tailandês para a avó do lado mãe, Português para os avós do lado do pai e Inglês para mim e para o João. Acredito que nada é impossível depois de conhecer a sobrinha do João que fala Português, Francês, Inglês, Luxemburguês, Alemão e Italiano. Fiquei impressionada!
Experiência a bordo
Em casa : o João fala Português, eu falo tailandês e quando estamos os dois juntos falamos Inglês para a Maria Dee. Para Cantonês, Mandarim ou Francês ela poderá estudar quando crescer. Eu irei sempre tentar não falar "Thinglish" para ela!

Só eu mesmo, sempre a planear o futuro! Até já penso em que tipo de escola eu gostaria de a colocar, mas o João está sempre a dizer-me que sou muito ansiosa e que o que eu preciso é apenas de planear um ano de antecedência, não 10 anos. Percebo que o fundamental e o mais importante é criar o bebé para vir a ser uma boa pessoa. Estes são alguns dos princípios que tentamos seguir:
- A comida é para comer, não para brincar.
- Não criamos os nossos filhos para realizar os nossos sonhos, ou para lhes dar aquilo que não tivemos.
- Onde quer que vamos, vamos sempre em família.
- Acreditamos que a pessoa que ela virá a ser  dependente da forma como a educamos .
- Visto ser-mos uma família católica e budista, a nossa filha será quem irá decidir que religião quer.

No entanto, não podemos afirmar, com toda a certeza, que esta escolha de vida é a melhor para as esta primeira fase do seu crescimento como muitos dos casais que vivem em veleiros dizem. Mas, com certeza, ela terá uma grande oportunidade de ver diferentes culturas e ambientes que esperamos possam contribuir para o seu crescimento saudável, tanto físico quanto mental.
Maria Dee com a Mãe e o Noel
Diz feliz na praia!

0 comments:

Enviar um comentário