terça-feira, dezembro 17, 2013

Palavras que nos dão alento

De tempos a tempos vamos recebendo mensagens de apoio de quem nos vai seguindo. Todas elas agradecemos porque nos vão dando alento e ânimo para ir enfrentando todos os obstáculos que nos aparecem diariamente.
Esta decidimos publicar devido à sua pertinência, depois de contactar o seu autor e dele obter autorização para tal.
A todos os que nos vão dando coragem para continuar, o nosso muito obrigado. Aos outros, as nossas desculpas por continuarmos a insistir, mas consideramos que os nossos antepassados devem ser celebrados...
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Caríssima tripulação do Sailing Dee,
Capitão Gomes,
Os mares que ireis navegar foram outrora a razão de estarmos hoje aqui a apresentar Macau como uma região especial para a China, mas sobretudo, especial para o resto do mundo (por bons e maus motivos). Não interessa se foi Portugal, se foram os portugueses esses obreiros, foi sim uma língua universal e que não é pertença de um só país ou de um só povo, mas de uma comunidade deles - o Português.
Há o pecado mortal, conveniente para uns quantos líderes e candidatos a tal, de reduzir a língua portuguesa ao ser-se português, é de tal ordem que até aqui por Timor-Leste se sente. Implica como que um “ódio”, uma negação, pelo que diga respeito a Portugal. E, dessa forma, aparentemente ou não maldosa, e até mesmo mesquinha, ultraja-se o discurso da prática pela negação a tudo o que indique a materialização das linhas que dizem “conectar” povos e existências através da língua portuguesa - falo de convenções, agrupamentos, associações, protocolos, etc.  
Por aí, em Macau, finge-se que se idolatra o Mandarim (por alguns), para se cair nas boas “graças” de Pequim (Beijing), sendo o que nas veias lhes escorre é o Cantonês e o Português - este ultimo que dizem "respeitar", outros até "amar", mas que todos preferem não cuidar, até se necessário destratar, mantendo a língua como interesse especifico de um grupo, grupinho, fechado, fechadinho, de pseudo intelectuais de origem macaense/português (os do limbo... entre uma e outra coisa no pós “(re)agregação” à China). Dominar a língua portuguesa dá a alguns, como os referidos, pelo João Gomes, a proximidade ao país Portugal, para sentirem notoriedade na sua existência de grupo e se alguma coisa correr mal, na “madrasta” China, terem no país Portugal, um bom porto de abrigo. Santa hipocrisia, Santa Isabel, São João.
O projecto Sailing Dee é um incómodo para Macau, para China e para Portugal. A língua é algo que afecta de sobremaneira as relações entre todos eles – Macau não tem autonomia plena, faz parte da China, ponto final. Macau é parte integrante da China, uma república “popular”, que não pratica a democracia, que não respeita em boa medida os direitos humanos e que tem uma existência repleta de “desejo” expansionista, com a “máscara” da ajuda económica (e não só) e regista preocupação a nível mundial. Macau é ponte clara e inequívoca para que a China aporte de forma “lavada” a mercados onde supostamente teria dificuldade em entrar.
 O alheamento das autoridades de Macau, em representação do Governo da República Popular da China, à cerimónia de homenagem a Jorge Álvares, o primeiro Português a chegar ao Mar do Sul da China, em 1513, são ilustrativas do que aqui escrevo.
Sublinho:
Numa primeira análise diria que o não apoio ao projeto "Sailing Dee", por parte das autoridades macaenses/chinesas é decepcionante, até mesmo afrontoso para com a comunidade dos falantes da língua portuguesa, dos países integrantes, mas não. A negação forçada de Macau ao assinalar da chegada/contacto com a língua portuguesa, é insultuosa para a sua história, para a sua própria história, seja ela escrita em português, seja em mandarim.
A mim não me surpreende, a mentira tem pernas curtas e só a diplomacia se veste dela.
Os factos são factos e o resto é… negação grosseira da verdade, por má vontade, por inveja e por uma atitude persecutória para com tudo o resto que envolva a ligação a Portugal e que o veleiro Sailing Dee personifica. 
Não acredito que o governo central chinês se recuse ao projecto Sailing Dee, não tem expressão para chegar ao "deuses do Olimpo de Beijing", fica-se pelas mais "sábias" decisões dos “contadores” do sucesso da “purga social” do jogo... Macau é esse grande sucesso do insucesso da existência humana quando uns "caçam" outros para a teia do deslumbramento de uma hipotética/distante vida fácil, através de um qualquer jackpot, na artificialidade que Macau hoje tem para oferecer - o reflexo que daí advém é a miséria e o sofrimento dos “caçados” e de suas famílias. As autoridades de Macau são as primeiras, nesta caso, a negar a intenção do Sailing Dee – todavia, especulo, o Sailing Dee foi só provocador para comprovar o afastamento da China às raízes da sua história – afinal, Macau serviu para que hoje a China tenha cidadãos espalhados por vastas regiões do globo… com a benesse dos portugueses da época, que hoje a China e Macau tentam ignorar.
Macau, na realidade de hoje é o espelho daquilo que Portugal, não a língua portuguesa, erigiu na “saga” do enriquecimentos dos seus protegidos que por ali passaram, em cargos de maior ou menor destaque,  de políticos e grupos adjacentes até 1999 e que a China soube aproveitar inteligentemente na “reintegração” - afinal, o vício do jogo, essa “coisa má”, tem a China por boa desculpa, foi obra de Portugal, através de uma língua, o português.
Imagine-se, o que seriam as "famílias", as duas que bem conhecemos, que "capa" melhor arranjariam, não fosse a conivência de quem geriu o "cantinho" da tal "árvore das patacas", na língua do inequívoco Camões, que ao que parece eram e continuam a ser  "patacas d'ouro".
Macau, o boom  "do sucesso económico", e que resulta num “PIB” astronómico macaense, mas que deriva do sofrimento pela exploração da ignorância gananciosa dos humanos jogadores, uns mais ou menos instados a sê-lo, transportados em autocarros como prémio de vida…
O expoente máximo do capitalismo rejeitado pela retórica socialista, tem em Macau a capital de um Oriente “viciado”.
Concluo:
Com a alegria de poder distanciar-me a mim e a vós, Sailing Dee, da origem sofrida dessas patacas.
A história do Sailing Dee é mais do que a expressão da boa vontade de "a" ou "b", de Macau, da China, de Portugal, ou de outros. 
O Sailing Dee transporta seriedade e verdade.
O Sailing Dee carrega o peso das pessoas boas que não descobriram mundos para se encher de riquezas materiais, mas sim que foram nas viagens para delas extrair o melhor da existência humana – a sabedoria e o aceitar a aprendizagem das lições da natureza.
O projecto Sailing Dee é um projeto de vida, que por si só leva ao mundo a diversidade do ser humano e prova da mobilidade do mesmo, e é, fundamentalmente, um projecto, que assenta os seus pilares no amor entre duas e três pessoas, entre três pessoas e um canino e vice-versa, que por sua vez ligam culturas e continentes, e que garantem essa ligação absoluta através dos seus descendentes – a mais jovem tripulante oceânica, NaE.
O Sailing Dee, fala-nos de diversidade, de unidade, de igualdade, de amor verdadeiro, de coragem, de tenacidade, de vontade. A todos os níveis, o Sailing Dee, é a família na sua expressão máxima e absoluta, revelada em todos os seus pormenores, o Noel, o buldogue francês, é uma lição que dais ao mundo no amor pelos animais, ninguém fica para trás. É nesta atitude, nestes gestos que eu mais acredito, e estas são as vossas lições pelo mundo.
Não vale a pena falar mais de Macau ou de quem seja que não apoie o projecto.
O Sailing Dee está acima de tudo isso, sei que ireis navegar em nome da família, e nos vossos pensamentos que prevaleça a simplicidade da palavra universal daqueles que um dia descobriram mundos e estabeleceram rotas por bem e não por outra intenção que não fosse o conhecimento – não dos outros que tinham por missão a expansão do egoísmo, da inveja, do mercantilismo, do medo, da subjugação e da eliminação de outros povos.
 Os descobrimentos mais do que não foram, para alguns, a forma de procurar a subjugação do outro pelo outro, de usufruir dos seus bens e produtos, explorar as fragilidades a favor dos aportados e dos seus patrocinadores – já naquela época se vivia de patrocínios.
 Abriram-se e desvendaram-se mundos ao mundo, é verdade, mas a que preço… para a humanidade?

Finalizo:
Regresso ao Sailing Dee, onde sei que a viagem é a da razão da existência humana - da liberdade e do amor incondicional, do respeito pelo outro e do exemplo continuado de bem-fazer universalista.
 Bons ventos, que vos soprem sempre na conta certa por Éolo.
António Veladas
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A corrobar essa falta de apoio referida na mensagem enviada, publico a imagem da carta dos Serviços de Turismo de Macau, negando esse mesmo apoio.

segunda-feira, dezembro 16, 2013

500 anos esquecidos pelos Governos

Cerimónia dos 500 anos da chegada dos Portugueses à China
Há uns dias em Macau foi feita uma justa homenagem a Jorge Álvares, o primeiro Português a chegar ao Mar do Sul da China. Jorge Álvares, nascido em Freixo de Espada à Cinta, Portugal, chegou às águas do Mar do Sul da China em 1513, mais propriamente à ilha de Lin Tin, na foz do Rio das Pérolas a meio caminho entre Macau e Cantão.
Uma iniciativa de cariz particular onde não couberam representações oficiais de qualquer governo, fosse ele do Português, do Chinês ou do de Macau. Infelizmente é assim que se trata 500 anos de contactos entre Portugueses e Chineses.
Ficou a iniciativa, que também pouco eco mereceu na Comunicação Social local, que valeu para marcar uma efeméride que merecia mais consideração pelos poderes instituídos.
Estivemos presentes, como não poderia deixar de ser, visto que a nossa viagem também aborda a mesma temática.
Jorge Álvares foi o primeiro Europeu a chegar à China por mar.

sexta-feira, dezembro 13, 2013

10 mil visitantes



Queria dizer MUITO OBRIGADO a todos vocês, acabámos de passar a marca dos 10.000 visitantes nos últimos dias...
Muito mais está para vir... estamos agora no último mês de Macau... o próximo passo é um voo de longo curso para as Caraíbas para nos juntarmos à nossa casa para os próximos anos...

Continuem a vir aqui regularmente para acompanharem a viagem e saberem mais detalhes...

terça-feira, dezembro 10, 2013

10 razões para viajar

Este post foi feito pela NaE, originalmente em Inglês, e traduzido pelo João

Quando falamos de viagens, acredito que 99% das pessoas têm seus destinos de sonho. Eu também tenho um.
O meu sonho é visitar a Áustria e a Alemanha e assistir a concertos de música clássica ao vivo. Eu adoro música clássica, faz-me sentir viva, mesmo que não entenda as notas musicais. Simplesmente adoro a melodia.
Os meus destinos de sonho e a minha actividade predilecta parecem estar em locais completamente opostos ao nosso projecto de "Viagem à volta do Mundo", no entanto, acredito que a nossa viagem também nos vai oferecer oportunidades como eu nunca imaginei. Acredito que alguns dos destinos com o nosso veleiro "Dee" se irão transformar em lugares de sonho!
Todos nós gostamos de viajar. É uma actividade que todos temos de fazer na nossa  vida. Viajamos em lazer, trabalho, estudo, compras e por devoções religiosas ou quaisquer outras razões. Para quem trabalha todo o ano, que se esforça para ganhar dinheiro que depois usa para comprar tudo o que quer e precisa para ter uma vida confortável, para ter as mesmas coisas que os amigos e vizinhos têm, as férias são importantes.
Digam-me quando foi a última vez que tiveram férias sem despertadores, computadores ou sem ver emails ou até mesmo sem relógio? Sinceramente, eu não me lembro sequer de um único dia de férias em que eu estivesse completamente desligada do mundo exterior! A nossa vida tem coisas mais importantes do que trabalho ou dinheiro. Saúde, amizades e experiências são também aspectos muito significativos.

10 razões pelas quais devemos viajar -  isto é somente o meu ponto de vista.

Alguns de vocês concordam totalmente, mas há-de haver também quem discorde.

1. Para desfrutar de lugares diferentes
2. Para conhecer novas pessoas
3. Para saber quão incrível é o nosso mundo
4. Para alterar a nossa rotina diária
5. Para passar mais tempo com a família e amigos
6. Para experimentar coisas novas
7. Para conhecer diferentes culturas e estar ciente da sua importância
8. Para superar dificuldades juntos e melhorar a vida de casal
9. Para ter oportunidades diferentes

10. Para gastar e desfrutar do nosso dinheiro enquanto ainda temos saúde

Agora, é a sua vez de escolher o dia e reservar o bilhete para o seu próximo destino de férias!

Quedas de água em Siquijor, Filipinas 
Hotel em Boracay
A desfrutar de comida local
Marginal em Marbella, Espanha
A aprender sobre a rota marítima para Malaca, Malásia
Aprender cultura local, "Wai", cultura Tailandesa
Vista de Sintra, Portugal, parte da lista de Património Mundial da UNESCO
Comer a sua comida favorita, Pastéis de Belém em Portugal
Marina de Almeria, Espanha
Ponte 25 de Abril em Lisboa, Portugal
A fazer esqui, actividade de família na Coreia do Sul
A desfrutar de bons momentos com bons amigos
Tempo de casal, algures em Banguecoque
A sonhar no País da Fantasia, Disney Land de Hong Kong
O local onde a história entre o Sião e Portugal começou, Ayutthaya Tailândia
Desfrutar da natureza!

quinta-feira, novembro 28, 2013

A pessoa certa, na hora certa!


Abençoados pela água...
"Eu sou a mulher mais sortuda do mundo", esta é a frase que eu sempre uso, assim como as minhas amigas e até a minha Mãe. Aos olhos de todos, tenho o melhor marido do mundo, ele preocupa-se comigo, é sensível, cavalheiro, inteligente e trabalhador. Oferece sempre provas de gratidão em ocasiões especiais, e mesmo sem qualquer razão aparente. Traz-me flores, cozinha-me comida deliciosa e cuida incondicionalmente da nossa princesa. Esse é o meu João e "Sim", ele faz tudo isso!

Concordo plenamente quando dizem que eu sou a mulher com mais sorte no mundo. Não estou a exagerar ou a apenas dizer isto para vos fazer inveja, isto é realmente o homem que eu tive a sorte de encontrar.
Nós somos um casal como todos os outros, tentamos escolher sempre o que achamos ser o melhor para nós. Na minha experiência pessoal, tentei muitas vezes encontrar o parceiro ideal mas, provavelmente, não era o momento certo.

Quando o conheci, já tinha passado os anos da adolescência, de uma vida de festas, muitos namoros e desilusões. Já estava madura (penso eu) o suficiente. A nossa relação começou como uma simples amizade e progrediu para namoro e, de seguida, de amante para casal com família. Foi o momento certo para criar uma relação saudável. Muitas das minhas amigas perguntaram-me porque é que eu me casei com ele e, porquê ele? E eu, orgulhosamente, repito a mesma resposta dizendo que sou eu quem tem sorte em ter sido escolhida, tenho a certeza que eu não conseguiria encontrar um homem melhor para a minha vida.

No entanto, somos como qualquer outro casal, também temos as nossas brigas, discutimos e discordamos, na maior parte das vezes por causa do meu temperamento. Agora percebo que o mais importante na vida de casal é o "compromisso".

"O casamento" / marɪdʒ /, de acordo com o dicionário Oxford, significa a união formal de um homem e de uma mulher, geralmente reconhecido por lei, pelo qual eles se tornam marido e mulher. Esta explicação é apenas para o papel oficial do governo, para nós, enquanto nos amarmos e nos importarmos um pelo outro tudo é importante, não importa se a palavra "casamento" existe ou não.

Eu já encontrei a "pessoa certa", e agora é o "momento certo" para ir como casal e família num barco à vela. Vou deixar uma vida confortável para viver simples com a minha família e o homem pelo qual me apaixonei e que sei que me ama. Isto é o "casamento". Este sempre foi o sonho do João e eu irei apoiá-lo em todas as suas decisões porque sei que posso confiar nele.

Este post é para comemorar o nosso aniversário, o dia em que nos conhecemos (2006) e o dia do nosso casamento, 29 de Novembro de 2009.

Para o João, a minha cara-metade!
Andaremos sempre juntos...

segunda-feira, novembro 25, 2013

Será destino?


Estas últimas semanas tem sido a NaE que tem estado mais activa no blogue, publicando diversos artigos relativos a variados aspectos da preparação da nossa aventura e das suas vivências e experiência. Claro que o facto de eu me ter mantido algo afastado não quer dizer que não tenha feito nada. Não nos podemos esquecer que, a par de toda a preparação que esta nova etapa da nossa vida engloba, também temos ainda obrigações profissionais que nos ocupam mais parte do dia. No caso da NaE, já deixou o seu emprego diurno, mas nem por isso passou a ter mais tempo livre. Aliás, até penso que ela está mais ocupada agora do que anteriormente, apesar de poder parecer antagónico!
Pessoalmente, tenho andado mais ocupado com coisas do escritório visto que estou a entrar no último mês antes da minha licença sem vencimento começar a 1 de Janeiro do próximo ano. Muita coisa tem de ser preparada e os últimos detalhes têm de ser bem limados.
Aqui no nosso blogue devem ter reparado que fizemos algumas alterações, nomeadamente no próprio corpo do texto que agora incluí a indicação de quem o elabora. Assim torna-se mais claro quem esteve por detrás do teclado e escreveu as palavras originais. Por vezes tornava-se complicado saber se era eu ou se era a NaE, o que fazia com que a ideia fosse mais difícil de perceber.
No seguimento do artigo da NaE onde ela falava do destino e do que o adivinho lhe tinha dito, quero fazer uma revelação que poucos têm conhecimento. Numa das minhas primeiras visitas à Tailândia, penso que ainda no século passado, também um adivinho me fez uma leitura semelhante.
Não sendo muito supersticioso, na altura não liguei e até achei piada de me dizer que eu apenas seria feliz junto à água. Bom, afinal nasci junto da água, Mira tem praia! Afinal vivia em Macau, bem junto à água. E, por fim, adorava mar e tudo o que estivesse relacionado com água! Agora, passados todos estes anos e com a nossa decisão de mudar de vida para viver em cima da água, começo a temer aquilo que ouvi há tantos anos.
Será verdade? Será caso para começar a acreditar na velha expressão “Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay…”

quarta-feira, novembro 06, 2013

Pequeno dragão macaense

Texto originalmente escrito em Inglês pela NaE e traduzido pelo João
Maria aos 7 meses na praia de Mira, Portugal
Oprimeiro aniversário da nossa "Princesa Dragão", Maria Dee, aproxima-se, apenas uma semana antes do dia em que passaremos a viver a bordo. Durante a minha gravidez fui abençoada e tudo correu bem. Tive alguns enjoos de manhã, uma vez tive uma constipação, o dia marcado pelo médico para o parto foi acertado e o trabalho de parto foi curto. Nestes primeiros meses de vida a Maria só visitou o hospital uma vez por causa de prisão de ventre, provavelmente porque ela tem os genes que eu! Ela é, graças a Deus, saudável e esperamos que continue a sê-lo sempre com o estilo de vida que vamos adoptar.
As fotos da minha gravidez
Não posso dizer que não me preocupo com a nossa menina na nossa "Volta ao mundo". Muitas das famílias que vivem em veleiros com as crianças são acusadas ​​de serem irresponsáveis. Mas acreditem, não o somos! Por iríamos fazer algo de mal à nossa bebé? Queremos dar-lhes a melhor educação, é apenas uma forma diferente de vida, diferente do que se considera "normal". O nosso caso é, de alguma forma, especial devido à questão dos idiomas. A língua materna do João é o Português, a minha é tailandês, mas a nossa língua em casa é, principalmente, Inglês e às vezes francês, no entanto, a língua do local de nascimento é cantonês!
A população de Macau é constituída de portugueses, chineses e macaenses e algumas outras nacionalidades. Os Macaenses são um grupo étnico surgido em Macau desde o século 16, consistindo principalmente em pessoas com alguma ascendência Portuguesa. Têm uma língua crioula baseada no Português a que chamam Patuá e que está quase a desaparecer (A 20 de Fevereiro de 2009, a nova edição do Atlas das Línguas do Mundo em Perigo da UNESCO classificava o Patuá como uma língua "criticamente ameaçada". O Atlas contava o número de falantes em apenas 50 no ano 2000). Para se ser Macaense tem que se ter ascendência Portuguesa e ser nascido em Macau. Um Chinês nascido em Macau nunca será um Macaense, será apenas um Chinês de Macau. O patuá é falado apenas por uma minoria, menos de 10% da população Macaense.
Maria Dee a velejar com o Pai sob bandeira de Macau
Às vezes tristeza ao Macaenses que não falam Português. Alguns dos pais macaenses, porque a língua que falam em Macau é o Chinês, colocam mais ênfase no ensino do Inglês às crianças porque é uma língua internacional, deixando de lado o Português dos seus antepassados​​.
Nós planeámos como lidar com este problema com a Maria mesmo antes de ter sido concebida, aliás isto foi sempre uma das nossas preocupações. Os pais do João falam Português e Francês e essa foi a razão pela qual eu aprendi Português antes de os conhecer, para que pudéssemos, pelo menos, ser capazes de se comunicar com frases básicas. A minha mãe só fala tailandês, portanto é fácil imaginar que o João e eu nos tornamos tradutores a tempo inteiro para os nossos pais! Pelo menos a Maria Dee ter;a de ser capaz de falar tailandês para a avó do lado mãe, Português para os avós do lado do pai e Inglês para mim e para o João. Acredito que nada é impossível depois de conhecer a sobrinha do João que fala Português, Francês, Inglês, Luxemburguês, Alemão e Italiano. Fiquei impressionada!
Experiência a bordo
Em casa : o João fala Português, eu falo tailandês e quando estamos os dois juntos falamos Inglês para a Maria Dee. Para Cantonês, Mandarim ou Francês ela poderá estudar quando crescer. Eu irei sempre tentar não falar "Thinglish" para ela!

Só eu mesmo, sempre a planear o futuro! Até já penso em que tipo de escola eu gostaria de a colocar, mas o João está sempre a dizer-me que sou muito ansiosa e que o que eu preciso é apenas de planear um ano de antecedência, não 10 anos. Percebo que o fundamental e o mais importante é criar o bebé para vir a ser uma boa pessoa. Estes são alguns dos princípios que tentamos seguir:
- A comida é para comer, não para brincar.
- Não criamos os nossos filhos para realizar os nossos sonhos, ou para lhes dar aquilo que não tivemos.
- Onde quer que vamos, vamos sempre em família.
- Acreditamos que a pessoa que ela virá a ser  dependente da forma como a educamos .
- Visto ser-mos uma família católica e budista, a nossa filha será quem irá decidir que religião quer.

No entanto, não podemos afirmar, com toda a certeza, que esta escolha de vida é a melhor para as esta primeira fase do seu crescimento como muitos dos casais que vivem em veleiros dizem. Mas, com certeza, ela terá uma grande oportunidade de ver diferentes culturas e ambientes que esperamos possam contribuir para o seu crescimento saudável, tanto físico quanto mental.
Maria Dee com a Mãe e o Noel
Diz feliz na praia!

terça-feira, outubro 22, 2013

É tudo destino

(Artigo publicado, originalmente em Inglês pela NaE e traduzido pelo João para Português)
A vida é uma viagem!
Quando era uma estudante universitária não planeava muito a minha vida após a formatura, o que gostaria de ser ou que tipo de trabalho queria fazer.
Tentei ser estagiária num hotel famoso e numa agência de viagens, mas não resultou porque não eram tarefas com que eu me identificava.
A minha licenciatura é em Língua Francesa, com bacharelato em Inglês, o que fez com que fosse relativamente fácil encontrar emprego. Aliás, nessa altura um dos meus professores convidou-me para trabalhar com ela num projecto de pesquisa, pelo que nem sequer tive de me esforçar para encontrar emprego.
A maioria dos meus amigos que não conseguia encontrar emprego antes da formatura, ou que não queriam trabalhar imediatamente, continuaram os seus estudos para Mestrado na Tailândia ou no estrangeiro.

Um dia, durante o último semestre do meu curso, uma das minhas amigas mais próximas que é adepta de ler a fortuna nos cartomantes, pediu-me para ir com ela a um perto da universidade. É algo tradicional tailandês mas semelhante à leitura da palma de estilo ocidental.
A minha universidade localiza-se perto de uma das principais atracções turísticas de Banguecoque, o Grand Palace, onde há festas e feiras todo o ano.
Pessoalmente não acredito em cartomantes, porque quem sabe da minha vida melhor do que eu? No entanto, visto que a minha amiga insistiu tanto, acabei por ir.
Quando a cartomante começou a dizer à minha amiga sobre a sua vida, sobre os seus problemas familiares, acertando mesmo no tipo de doença que o seu pai tinha sem que ela tenha dito qualquer coisa que o pudesse revelar, comecei a ficar curiosa de como é que ela poderia saber tanto sobre a minha amiga e decidi também experimentar!
Quando chegou a minha vez, disse-me que o namorado que tinha naquele momento não era a minha alma gémea e que a minha verdadeira alma gémea estava longe. Claro que não acreditei e não levei nada a sério. Quando segurou na minha mão e olhou para a minha palma disse que eu iria viajar muito! "Tanto que nunca iria ser capaz de parar!" Curiosa, perguntei-lhe se a viagem seria de lazer, estudo ou trabalho? Tendo ela respondido que as linhas da minha mão só lhe mostravam que eu iria ser uma viajante.
Isso fez-me fez, como é que eu iria viajar o tempo todo se não fosse rica?
Claro que depois daquele dia não pensei mais no assunto e continuei a viver a minha vida normalmente.

Alguns anos depois fui trabalhar para uma empresa de arquitectura, pertença de um grupo que também tem uma revista de design. A mesma amiga que me arrastou para ler a sina também ali trabalhava, juntamente com outros ex-colegas de faculdade.
Passando algum tempo foram todos enviados para Hong Kong para participar numa feira de design durante uma semana. Tendo eu aproveitado essa oportunidade, uma vez que o nosso grupo de amigos da universidade nunca tinha viajado junto, e pedi férias também. Era a minha primeira vez a voar para fora do país e viajar sozinha para ir ao encontro dos meus amigos que já estavam em Hong Kong.
Não foi fácil para mim entender os anúncios do aeroporto em Inglês, com um sotaque "estrangeiro"! O meu voo estava atrasado, a minha “limousine” do meu hotel foi-se embora e não esperou por mim e eu nem sabia como fazer uma chamada telefónica internacional!
O copo d'água donosso casamento na Tailândia, ambos em roupas tradicionais
Nesta primeira viagem ao exterior sozinha conheci o homem que viria a ser o meu marido. Foi ele que me ajudou a lidar com todos os contratempos, visto que já estava acostumado a lidar com a maneira chinesa de trabalhar. Desde então, mantivemos um relacionamento à distância, viajando para nos encontrarmos sempre que tínhamos tempo e dinheiro, até decidirmos casar e viver juntos.
Eu costumava sempre dizer que não gostava de Ocidentais, no entanto, acabei casada com um! De viajantes independentes a parceiros de viagem, passando a viver e a trabalhar num país estrangeiro e, finalmente, planeando a nossa "Volta ao Mundo"..
Tu ao leme e eu a dar direcções. É uma vida de casal!
Quando olho para trás, eu consigo acreditar que cheguei tão longe e que vou continuar a minha caminhada.
O meu destino já estava escrito, mas era ainda desconhecido. Mesmo que eu queira mudar o meu destino, lutando pelo que quero, para construir tudo o que preciso e para escolher quem gostaria de encontrar, agora acredito que não podemos mudar nada.
Tudo tem uma razão para começar e para terminar.

Tudo o que pudemos fazer são boas acções para ganharmos mérito até ao dia em que esse mesmo mérito nos será retribuído, a isso "Karma".
A viagem é sempre boa se o companheiro de viagem for bom


quinta-feira, outubro 17, 2013

Sou a "mulher da casa"

O texto seguinte foi escrito, originalmente pela NaE em Inglês e pode ser visto na sua versão original na página em Inglês, sendo aqui transcrito na sua tradução

À medida que se aproxima a data de partida (menos de 3 meses) estamos cada vez mais excitados e ansiosos.
Eu vou rescindir o meu contrato dois meses antes do nosso "grande dia" porque sou a "dona da casa". O João, o líder ou o homem da família, trabalha até ao último minuto antes de ir-mos embora.
Ultimamente os meus colegas têm-me perguntado sobre o progresso do nosso projecto e ficam surpreendidos quando ficam a saber que preciso de dois meses apenas para preparar a mudança de todas as nossas coisas. "Por é que precisam de tanto tempo?" É uma questão recorrente.
A maioria dos leitores, provavelmente, tem experiência de se mudarem para um barco, mas para algumas pessoas que nunca fizeram uma mudança, nem mesmo de apartamento, é difícil imaginar.
Há seis anos compramos a casa onde vivemos depois do nosso casamento "oficial" civil em Macau. Tivemos de a remodelar totalmente por dentro para a construirmos da forma que queríamos. Dos azulejos às maçanetas das portas ou às cores das nossas paredes garridas. Para mim foi como um novo começo, mudei de casa dos meus pais para a minha própria casa, escolhida e decorada por mim.
A cozinha em obras, com azulejos portugueses 
Conseguem imaginar como é que um jovem casal decora a sua casa? O meu marido chama-me de "novo rico". Temos de tudo e mais alguma coisa, tudo o que possa imaginar, instalámos ar condicionado em todos os quartos e mesmo na cozinha, aquecimento na casa-de-banho! Sempre que comprávamos algo electrónico novo escolhíamos sempre o mais caro porque, na minha mentalidade, o mais caro era sempre melhor! Assim, por exemplo, só o controlo remoto universal lá de casa custou quase 5.000 HKD (mais de 500US $). Todo o nosso mobiliário é feito à medida e desenhado por nós, da cama ao sofá e todos os outros armários da casa. Posso afirmar, com orgulho, que a minha casa era mesmo o lugar mais aconchegante para mim com todos aqueles itens escolhidos por nós.
Agora, a grande tragédia da minha vida! Temos de vender ou doar a maior parte dos electrodomésticos, decoração e mobiliário, e mesmo ver-nos livres do nosso Mercedes que será dado a um casal amigo. Perante esta fatalidade, só nos restou escolher aquilo que não queríamos mesmo deitar fora, enviando-os para Portugal.
O meu chefe pessoal na nossa cozinha
Em Macau também existem locais para armazenamento que podem ser alugados para guardar os nossos haveres como nos EUA , no entanto, aqui , devido à falta de espaço (Macau é um dos lugares mais caros do planeta em termos de rendas e aluguer de espaço!) os preços são impossíveis, ainda para mais porque nem sabemos quanto tempo vamos demorar. Talvez nunca mais voltemos! Quanto ao apartamento, pretendemos colocá-lo à venda ou alugar, portanto, não é possível deixar ali as nossas coisas e o aluguer de espaço de armazenamento não é uma solução. É complicado coordenar o transporte de haveres para locais como Portugal e Tailândia, ou até mesmo tentar encontrar uma solução para enviar algumas coisas para a República Dominicana por Correio (para pequenos itens, é claro).
O João diz sempre: "Graças a Deus não iniciamos a viagem em Macau, caso contrário, o nosso barco iria afundar porque iríamos ali colocar tudo! "
Eu só quero uma vida confortável na nossa nova casa, e sim, eu sei, tem que ser simples. Cada pessoa é diferente, e cada pessoa é um caso, o mesmo se aplica connosco que decidimos viver num barco. Eu respeito quem foi capaz de fazer a mudança com apenas com uma bagagem de mão, mas, para mim, isso será impossível porque não vou conseguir mudar da noite para o dia para começar uma nova vida nada de pessoal! Sou assim há mais de 30 anos!
A minha sapateira feita à medida cheia
O transtorno não se limita ao transporte, embalagem ou enviar as coisas. Temos também uma infinidade de documentos e outra papelada que precisam ser resolvidos antes de ir-mos embora. Finanças, Identificação, Caixa Postal, seguros, vacinas, contas bancárias, cão e veterinário, escola para a bebé para ensino à distância, etc. A lista nunca mais acaba. É uma dor de cabeça contínua e muito cansativo para duas pessoas apenas.
Alguns dos haveres prontos para enviar para Portugal
Ao mesmo tempo, não nos podemos esquecer dos detalhes da viagem e da sua organização, encontrar patrocinadores e outros apoios até ao dia de deixar Macau. Muitos dos meus colegas pensam que somos ricos porque para eles vamos viajar sem ter que trabalhar, no entanto, não o somos! Por isso é que temos de planear tudo muito bem.
Agora compreendem porque eu me chamo "mulher da casa", mesmo que não tenha de trabalhar no escritório, não significa vou andar por aí sem fazer nada!
Além de tudo o que expliquei, ainda tenho que dedicar-me à nossa "bebé dragão" e aos assuntos domésticos.

Na verdade, certamente que vou estar mais ocupada do que se estivesse sentada no escritório enfrente do computador!

---Pela NaE

sexta-feira, outubro 11, 2013

1000 GOSTOS

Today passámos a barreira dos 1000 GOSTO na nossa página do Facebook... Obrigado a todos por nos darem forças para continuarmos a perseguir o nosso sonho e pelo contínuo apoio... Venham sempre!
www.facebook.com/sailingdee para aqueles que ainda não visitaram e não meteram GOSTO!

Entretanto, passem também por www.gofundme.com/sailingdee e deixem uma pequena doação se possível e ajudem a partilhar a página dos donativos para nos ajudarem nesta aventura.

Iremos mantê-los sempre actualizados nos próximos dias de aproximação ao dia da partida.
É já oficial, a partir do dia 1 de Janeiro estarei de licença sem vencimento da minha posição no Governo!

sexta-feira, outubro 04, 2013

Prazer em te conhecer!

Este post foi elaborado, originalmente, pela NaE em Tailandês e depois traduzido para Inglês e, posteriormente, para Português.

Este artigo é dedicado à "Revista AquaBiz" da editora "Chaba Ngen". Uma revista mensal com enfoque nas actividades económicas ligadas à água, animais aquáticos, crítica de económica, planos de negócios, aquicultura e projectos de pesquisa académica. Têm inúmeros artigos relacionadas com as actividades aquáticas, no entanto, a "AquaBiz" também tenta chegar a outros mercados publicando artigos sobre outros temas, mas sempre tentando manter uma ligação com a água, animais aquáticos raros ou peixes são geralmente temas da revista. Actualmente têm uma tiragem de 30 mil cópias mensais, cobrindo todo o mercado da Tailândia. Estando também disponível em formato electrónico para Android e iOS, para os leitores que preferem ler nos aparelhos portáteis.
Como é que nos conhecemos? Eles apelidam-se, humildemente, de pequena editora. Quando tomámos a decisão de iniciar a "Volta ao Mundo à Vela" comecei a pensar no que poderia fazer para ser útil e, ao mesmo tempo, partilhar a experiência com as pessoas na Tailândia.
Como explicamos no nosso plano de projecto, iremos visitar todos os países onde o Português é língua oficial divulgando a cultura e língua Portuguesa e comemorando os 500 anos da descoberta do caminho marítimo da Europa para a Ásia. No entanto, isto apenas cobre a outra metade da família! E eu, tailandesa, o que posso fazer para os tailandeses e para a cultura tailandesa? Espero que os tailandeses possam acompanhar o nosso projecto porque não são muitos os tailandeses que têm a oportunidade de viver este tipo de experiência.
Com isto em mente, comecei a entrar em contacto com organizações tailandesas, tanto no sector público como privado, para oficialmente reconhecerem o evento ou para serem patrocinadores. Infelizmente, as tentativas não deram qualquer resultado. O que foi uma completa surpresa para mim porque as relações entre a Tailândia e Portugal remontam a mais de 500 anos. Os Portugueses foram os primeiros ocidentais a chegar ao Sião, no entanto, o meu país não mostrou qualquer interesse. Ainda tentámos jogar o trunfo de parar em Phuket, onde o Governo Tailandês tenta vender a atracção turística da cultura e arquitectura Sino-Portuguesa, no entanto, isto também não funcionou!
Depois de muitas tentativas de contatar revistas e outros meios de comunicação social, encontrámos a "AquaBiz". Foram a primeira e única revista Tailandesa que demonstraram interesse e reconheceram o valor do nosso projecto desde o início.
Estamos muito satisfeitos e honrados por fazer parte deste pequeno grupo de pessoas, como eles se apelidam. Eu nunca tive qualquer cultura ligada à vida marinha, nem qualquer animal de estimação aquático! Não sou especializada em assuntos marinhos, no entanto, vou tentar contar a nossa experiência em primeira mão e versar-me no meio ambiente, modos de vida das populações dos locais onde passarmos e que teremos a oportunidade de conhecer durante a nossa viagem nas páginas da "AquaBiz". Será um prazer trabalhar em estreita colaboração com esta equipa de pessoas que conseguem ver que a vida num barco no oceano é uma oportunidade incrível.
Obrigado e prazer em vos conhecer equipa da "AquaBiz", bem-vindos a bordo!

O Dia em que nos conhecemos. Muito prazer!

quinta-feira, setembro 26, 2013

Reportagem na TDM

A mensagem da nossa viagem tem estado a passar, paulatinamente, na comunicação social.
Um pouco por todo o lado, jornais, revistas e televisões, vão dando eco do que fazemos e do que está para vir. A viagem, o propósito de assinalar os 500 anos das ligações marítimas com a Ásia, o desejo de celebrar os laços da Lusofonia e Macau...
Recentemente, para nossa satisfação, vimos que a Sapo Timor Leste tinha publicado o artigo feito pela Agência de Notícias Lusa.
Para breve está programada a publicação de uma entrevista na Notícias Magazine em Portugal, assim como uma entrevista para um jornal de língua Chinesa.
Mais recentemente, no passado dia 21 de Setembro, o Canal Macau da TDM, entrevistou toda a tripulação do Dee. O vídeo dessa reportagem pode ser visto aqui.
Na nossa página Cobertura Mediática estão lá tudo o que tem sido publicado e que nós tenhamos conhecimento.
Se souberem de mais, enviem-nos os links. Obrigado!

terça-feira, setembro 24, 2013

Noel, o bulldog francês

(Post originalmente elaborado pela NaE para a página em Inglês, traduzido para Português pelo João)
Noel, o bulldog francês
Desde que começamos o nosso novo estilo de vida a bordo, Noel nunca deixou de estar nas nossas preocupações. De facto estávamos mais preocupados com ele do que connosco! Antes de o ter-mos, fizemos muita pesquisa acerca da melhor raça para nós termos num apartamento. Sabíamos, desde o início, que ele tinha particulares problemas de saúde devido a ter um focinho curto. Tem alto risco de choque de calor quando comparado com outras raças porque não consegue fazer dissipar o calor eficientemente para baixar a sua temperatura corporal. Os últimos 4 anos a criá-lo foram passados, principalmente, com o ar-condicionado do apartamento ligado. Evitamos levá-lo à rua ao meio-dia por causa do calor. E mesmo quando o levávamos a andar de barco no nosso veleiro anterior de 25 pés aqui em Macau, tínhamos sempre de ter uma atenção especial por causa dele.
Os problemas começaram quando decidimos embarcar na nossa "Volta ao Mundo" na República Dominicana, o que significa que temos de viajar para as Caraíbas, 12 horas de diferença relativamente a Macau. Como é que iríamos levar o cão connosco? Eu chorei muitas vezes quando encontrava informação relativa a muitos "bulldogs" morrerem devido a viajarem de avião. Muitas companhias aéreas não transportam bulldogs. Como o podemos levar se eles se recusarem a transportá-lo? Contacta-mos mesmo uma transportadora aérea francesa para reconfirmar antes de decidir-mos comprar os bilhetes para nós mas pessoas ligadas ao transporte de animais disseram-nos que a companhia aérea pode agora dizer que "sim" pelo telefone, confirmando que os bulldogs podem ser transportados, mas depois quando formos fazer o check-in podem sempre recusar o embarque ao animal. Muita da informação sugeria que viajássemos na época fria, o que, de facto, é ideal para nós. Quando sairmos de Macau em Janeiro a temperatura andará na casa dos 15 graus centígrados, voando ele para os Estados Unidos ou Europa, será sempre Inverno.
Inicialmente tínhamos planeado voar no mesmo voo que ele, no entanto, tivemos de meter essa ideia de lado deixando-o nas mãos de profissionais.
Encontrámos a PetMoversHK (www.petmovershk.com) que pode transportar bulldogs franceses para o nosso destino. É uma pequena fortuna que temos de pagar sem qualquer tipo de garantia! No entanto, o Sr Eric tem sido muito prestável tentando responder a todas as nossas dúvidas e perguntas!
Muitos de vocês devem achar que somos doidos em estar a atirar fora assim uma quantia tão grande de dinheiro, mas nós não conseguimos imaginar a nossa aventura sem o nosso leal membro da família. Está completamente fora de questão deixá-lo para trás só por causa de dinheiro. Não o faremos! Não somos ricos, também temos de contar todos os tostões, e trabalhamos tão arduamente como todos vocês. Todo o meu salário, e acreditem que é mesmo "todo" o do último ano, está metido de parte apenas para as despesas de viagem do Noel!

Detalhes da cotação; 
De Macau para Hong Kong HK$9,800 incluindo o seguinte:
Documentos
Inspecção final do veterinário
Certificado de Saúde para Exportação
Endosso do Governo
Reserva de carga marítima
Bilhete de barco de Macau para Hong Kong
Desembargue de carga de exportação
De Hong Kong para os EUA HK$19,800 incluindo o seguinte:
Licença de trânsito em Hong Kong
Levantamento no terminal marítimo de Hong Kong
Transporte para a Quarentena do Aeroporto de Hong Kong
Zona de descanso fora da gaiola de transporte por uma noite
Taxa de quarentena por uma noite
Bilhete de avião de HKG para MIA via Europa
Taxa de trânsito na Europa €140
Desembargue de carga de exportação
Para o transporte e acompanhamento do agente nos EUA para MIA e transporte para a residência em SDQ HK$29,800 incluindo o seguinte:
SDQ Levantamento no aeroporto
Desembargue de alfândega
Entrega do cão ao dono depois de passar a alfândega no aeroporto

Custo total: HK$ 59,400
*HK$ 8 = US$ 1
*HK$ 10 = € 1
Companhias aéreas que voam para a República Dominicana;
Airberlin (Alemanha)
Air France (França)
Alitalia (Itália)
Austrian Airlines (Aústria)
Avianca (Colombia)
British Airways (Inglaterra)
Iberia (Espanha)
Lufthansa (Alemanha)
TACA (São Salvador)
No que diz respeito à sua saúde, o nosso veterinário Português em Macau tem ajudado a fazer uma lista de "essenciais" para levar connosco em termos de medicação e em instruções de como lidar com um choque de calor. Visto que o choque de calor é a maior preocupação nos bulldogs, um dos itens essenciais para o Noel é o seu colete de arrefecimento. Não é 100% de protecção mas ajuda muito a que consiga manter-se mais fresco. Este colete foi encontrado na internet e vendido por um pequeno negócio no Canadá (www.mustluvdogs.ca).
Noel com o colete de arrefecimento
O seu veterinário também recomendou que, em caso de choque de calor, deve lidar-se com o problema o mais rápido possível para evitar males maiores. Por favor, se também têm cães da mesma raça, mantenham a boca deles, o nariz e o peito molhados e o mais fresco possível! Isto pode aumentar exponencialmente as probabilidades de sobrevivência e de recuperação.
Outro dos itens essenciais é o colete salva-vidas. Todos sabemos que os cães, normalmente, são bons nadadores. No entanto, o Noel, devido a ter pernas muito curtas e um corpo pesado, é especial! Os buldogues franceses têm pernas curtas e uma estrutura óssea pesada, por isso não conseguem nadar por muito tempo como os outros cães.
Menino bonito com o seu colete salva-vidas na praia em Macau
Ter uma animal de estimação é muito mais do que amá-lo, tomar conta dele e dar-lhe de comer. É uma boa forma de ver como somos mesmo responsáveis pela vida de outro ser.
Nós rezamos e temos esperança que a sua viagem decorra sem problemas e iremos fazer todos os possíveis para que seja saudável até aos seus últimos dias connosco porque, sem sombra de dúvidas, o Noel é parte da família Gomes.