quinta-feira, novembro 28, 2013

A pessoa certa, na hora certa!


Abençoados pela água...
"Eu sou a mulher mais sortuda do mundo", esta é a frase que eu sempre uso, assim como as minhas amigas e até a minha Mãe. Aos olhos de todos, tenho o melhor marido do mundo, ele preocupa-se comigo, é sensível, cavalheiro, inteligente e trabalhador. Oferece sempre provas de gratidão em ocasiões especiais, e mesmo sem qualquer razão aparente. Traz-me flores, cozinha-me comida deliciosa e cuida incondicionalmente da nossa princesa. Esse é o meu João e "Sim", ele faz tudo isso!

Concordo plenamente quando dizem que eu sou a mulher com mais sorte no mundo. Não estou a exagerar ou a apenas dizer isto para vos fazer inveja, isto é realmente o homem que eu tive a sorte de encontrar.
Nós somos um casal como todos os outros, tentamos escolher sempre o que achamos ser o melhor para nós. Na minha experiência pessoal, tentei muitas vezes encontrar o parceiro ideal mas, provavelmente, não era o momento certo.

Quando o conheci, já tinha passado os anos da adolescência, de uma vida de festas, muitos namoros e desilusões. Já estava madura (penso eu) o suficiente. A nossa relação começou como uma simples amizade e progrediu para namoro e, de seguida, de amante para casal com família. Foi o momento certo para criar uma relação saudável. Muitas das minhas amigas perguntaram-me porque é que eu me casei com ele e, porquê ele? E eu, orgulhosamente, repito a mesma resposta dizendo que sou eu quem tem sorte em ter sido escolhida, tenho a certeza que eu não conseguiria encontrar um homem melhor para a minha vida.

No entanto, somos como qualquer outro casal, também temos as nossas brigas, discutimos e discordamos, na maior parte das vezes por causa do meu temperamento. Agora percebo que o mais importante na vida de casal é o "compromisso".

"O casamento" / marɪdʒ /, de acordo com o dicionário Oxford, significa a união formal de um homem e de uma mulher, geralmente reconhecido por lei, pelo qual eles se tornam marido e mulher. Esta explicação é apenas para o papel oficial do governo, para nós, enquanto nos amarmos e nos importarmos um pelo outro tudo é importante, não importa se a palavra "casamento" existe ou não.

Eu já encontrei a "pessoa certa", e agora é o "momento certo" para ir como casal e família num barco à vela. Vou deixar uma vida confortável para viver simples com a minha família e o homem pelo qual me apaixonei e que sei que me ama. Isto é o "casamento". Este sempre foi o sonho do João e eu irei apoiá-lo em todas as suas decisões porque sei que posso confiar nele.

Este post é para comemorar o nosso aniversário, o dia em que nos conhecemos (2006) e o dia do nosso casamento, 29 de Novembro de 2009.

Para o João, a minha cara-metade!
Andaremos sempre juntos...

segunda-feira, novembro 25, 2013

Será destino?


Estas últimas semanas tem sido a NaE que tem estado mais activa no blogue, publicando diversos artigos relativos a variados aspectos da preparação da nossa aventura e das suas vivências e experiência. Claro que o facto de eu me ter mantido algo afastado não quer dizer que não tenha feito nada. Não nos podemos esquecer que, a par de toda a preparação que esta nova etapa da nossa vida engloba, também temos ainda obrigações profissionais que nos ocupam mais parte do dia. No caso da NaE, já deixou o seu emprego diurno, mas nem por isso passou a ter mais tempo livre. Aliás, até penso que ela está mais ocupada agora do que anteriormente, apesar de poder parecer antagónico!
Pessoalmente, tenho andado mais ocupado com coisas do escritório visto que estou a entrar no último mês antes da minha licença sem vencimento começar a 1 de Janeiro do próximo ano. Muita coisa tem de ser preparada e os últimos detalhes têm de ser bem limados.
Aqui no nosso blogue devem ter reparado que fizemos algumas alterações, nomeadamente no próprio corpo do texto que agora incluí a indicação de quem o elabora. Assim torna-se mais claro quem esteve por detrás do teclado e escreveu as palavras originais. Por vezes tornava-se complicado saber se era eu ou se era a NaE, o que fazia com que a ideia fosse mais difícil de perceber.
No seguimento do artigo da NaE onde ela falava do destino e do que o adivinho lhe tinha dito, quero fazer uma revelação que poucos têm conhecimento. Numa das minhas primeiras visitas à Tailândia, penso que ainda no século passado, também um adivinho me fez uma leitura semelhante.
Não sendo muito supersticioso, na altura não liguei e até achei piada de me dizer que eu apenas seria feliz junto à água. Bom, afinal nasci junto da água, Mira tem praia! Afinal vivia em Macau, bem junto à água. E, por fim, adorava mar e tudo o que estivesse relacionado com água! Agora, passados todos estes anos e com a nossa decisão de mudar de vida para viver em cima da água, começo a temer aquilo que ouvi há tantos anos.
Será verdade? Será caso para começar a acreditar na velha expressão “Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay…”

quarta-feira, novembro 06, 2013

Pequeno dragão macaense

Texto originalmente escrito em Inglês pela NaE e traduzido pelo João
Maria aos 7 meses na praia de Mira, Portugal
Oprimeiro aniversário da nossa "Princesa Dragão", Maria Dee, aproxima-se, apenas uma semana antes do dia em que passaremos a viver a bordo. Durante a minha gravidez fui abençoada e tudo correu bem. Tive alguns enjoos de manhã, uma vez tive uma constipação, o dia marcado pelo médico para o parto foi acertado e o trabalho de parto foi curto. Nestes primeiros meses de vida a Maria só visitou o hospital uma vez por causa de prisão de ventre, provavelmente porque ela tem os genes que eu! Ela é, graças a Deus, saudável e esperamos que continue a sê-lo sempre com o estilo de vida que vamos adoptar.
As fotos da minha gravidez
Não posso dizer que não me preocupo com a nossa menina na nossa "Volta ao mundo". Muitas das famílias que vivem em veleiros com as crianças são acusadas ​​de serem irresponsáveis. Mas acreditem, não o somos! Por iríamos fazer algo de mal à nossa bebé? Queremos dar-lhes a melhor educação, é apenas uma forma diferente de vida, diferente do que se considera "normal". O nosso caso é, de alguma forma, especial devido à questão dos idiomas. A língua materna do João é o Português, a minha é tailandês, mas a nossa língua em casa é, principalmente, Inglês e às vezes francês, no entanto, a língua do local de nascimento é cantonês!
A população de Macau é constituída de portugueses, chineses e macaenses e algumas outras nacionalidades. Os Macaenses são um grupo étnico surgido em Macau desde o século 16, consistindo principalmente em pessoas com alguma ascendência Portuguesa. Têm uma língua crioula baseada no Português a que chamam Patuá e que está quase a desaparecer (A 20 de Fevereiro de 2009, a nova edição do Atlas das Línguas do Mundo em Perigo da UNESCO classificava o Patuá como uma língua "criticamente ameaçada". O Atlas contava o número de falantes em apenas 50 no ano 2000). Para se ser Macaense tem que se ter ascendência Portuguesa e ser nascido em Macau. Um Chinês nascido em Macau nunca será um Macaense, será apenas um Chinês de Macau. O patuá é falado apenas por uma minoria, menos de 10% da população Macaense.
Maria Dee a velejar com o Pai sob bandeira de Macau
Às vezes tristeza ao Macaenses que não falam Português. Alguns dos pais macaenses, porque a língua que falam em Macau é o Chinês, colocam mais ênfase no ensino do Inglês às crianças porque é uma língua internacional, deixando de lado o Português dos seus antepassados​​.
Nós planeámos como lidar com este problema com a Maria mesmo antes de ter sido concebida, aliás isto foi sempre uma das nossas preocupações. Os pais do João falam Português e Francês e essa foi a razão pela qual eu aprendi Português antes de os conhecer, para que pudéssemos, pelo menos, ser capazes de se comunicar com frases básicas. A minha mãe só fala tailandês, portanto é fácil imaginar que o João e eu nos tornamos tradutores a tempo inteiro para os nossos pais! Pelo menos a Maria Dee ter;a de ser capaz de falar tailandês para a avó do lado mãe, Português para os avós do lado do pai e Inglês para mim e para o João. Acredito que nada é impossível depois de conhecer a sobrinha do João que fala Português, Francês, Inglês, Luxemburguês, Alemão e Italiano. Fiquei impressionada!
Experiência a bordo
Em casa : o João fala Português, eu falo tailandês e quando estamos os dois juntos falamos Inglês para a Maria Dee. Para Cantonês, Mandarim ou Francês ela poderá estudar quando crescer. Eu irei sempre tentar não falar "Thinglish" para ela!

Só eu mesmo, sempre a planear o futuro! Até já penso em que tipo de escola eu gostaria de a colocar, mas o João está sempre a dizer-me que sou muito ansiosa e que o que eu preciso é apenas de planear um ano de antecedência, não 10 anos. Percebo que o fundamental e o mais importante é criar o bebé para vir a ser uma boa pessoa. Estes são alguns dos princípios que tentamos seguir:
- A comida é para comer, não para brincar.
- Não criamos os nossos filhos para realizar os nossos sonhos, ou para lhes dar aquilo que não tivemos.
- Onde quer que vamos, vamos sempre em família.
- Acreditamos que a pessoa que ela virá a ser  dependente da forma como a educamos .
- Visto ser-mos uma família católica e budista, a nossa filha será quem irá decidir que religião quer.

No entanto, não podemos afirmar, com toda a certeza, que esta escolha de vida é a melhor para as esta primeira fase do seu crescimento como muitos dos casais que vivem em veleiros dizem. Mas, com certeza, ela terá uma grande oportunidade de ver diferentes culturas e ambientes que esperamos possam contribuir para o seu crescimento saudável, tanto físico quanto mental.
Maria Dee com a Mãe e o Noel
Diz feliz na praia!