terça-feira, dezembro 16, 2014

Aprender com os nossos erros

A nossa estadia aqui em St Lucia tem sido boa e, regra geral, sem grandes complicações. No que diz respeito aos serviços oficiais, nada a apontar. Profissionais e sempre dentro da Lei. Se bem que outras pessoas se queixam de serem coagidos a pagamentos extra. Tal ainda não se passou connosco, nem mesmo no primeiro pedido de extensão do período de permanência.
O mesmo podemos dizer acerca das pessoas e dos negócios locais. No supermercado SuperJ tivemos um pequeno problema com o cartão de crédito, que na maior parte das vezes se recusa a funcionar e tem que ter os dados introduzidos manualmente. Nesse supermercado recusaram-se a fazê-lo!
Agora com o chegar da época alta começamos a ver mais oportunistas a tentarem extrair uns dólares dos visitantes. Tal apenas nos tinha acontecido na primeira vez que fomos comprar água, tendo sido enganados e roubados numas dezenas de dólares EC nas bombas de gasolina no canal de entrada na lagoa. Aprendemos com o erro e agora só compramos água na marina, quando necessário.
No entanto, o nosso maior problema até hoje veio de onde menos esperávamos, isto porque até fiz um post (o meu último) a dizer bem da empresa! A mesma que nos fez um excelente serviço na inspecção do nosso salva-vidas enganou-nos na compra do bote em segunda-mão.
Quando visitámos a Liferaft and Inflatable Centre, nas instalações a bombordo do canal de entrada da lagoa de Rodeny Bay, íamos primeiramente à procura de um novo bote. Estávamos inclinados em comprar um AB de 9 pés, de casco de alumínio. Mas isso iria ser um rombo enorme nas nossas finanças pelo que lhes perguntámos se tinham algum usado em bom estado. Tendo o seu proprietário, um cidadão britânico aqui radicado, dito que tinham um AB de 11 pés de cascoem alumínio em excelentes condições.
No mesmo dia fomos ver esse bote e outro de piso insuflável que não nos interessava. De volta ao escritório falou-se também da hipótese de ver se um conjunto de tubos da Zodiac que tinham servirem no casco do nosso velhinho bote. Para isso deixámos o nosso bote e emprestaram-nos o AB11 para usarmos até ao dia seguinte.
Nessa noite, com receio que o bote desaparecesse, decidimos metê-lo no convés do Dee, tendo ficado instalado comodamente para nossa surpresa porque pensávamos que fosse muito grande para o espaço. Isso veio reforçar ainda mais a hipótese de optarmos pela sua compra visto que nos garantiam que estava em excelentes condições sem qualquer perda de ar e ofereciam mesmo um trabalho cosmético geral antes de nos entregarem o mesmo. Perante isso, e com um preço a rondar os 2000 dólares americanos (contra os cerca de quatro mil que seriam o modelo mais pequeno novo), decidimos, contra-vontade da esposa, voltar a comprar segunda-mão.
Havia ainda o problema do motor fora-de-bordo, o nosso é curto e o bote necessita de um longo mas depois de o testar alguns dias vimos não ser necessário rebaixar a popa. No dia em que levámos o bote lembro-me de referir que parecia estar com pouco ar mas foi-nos dito que seria preferível tê-lo com um pouco menos de ar por causa das diferenças de pressão do dia para a noite. Passados quatro ou cinco dias comecei a notar que havia mesmo perda de ar e que não era apenas devido à pressão atmosférica. Tal foi referido à empresa que continuou a insistir que seria da diferença de temperatura. Anuí e insisti mais uns dias para voltar a constatar que perdia mesmo ar. Um dia quando vinhamos da praia, ao entrar molhado no bote, notámos mesmo que um dos remendos vertia ar, borbulhando na água.
Voltei a falar com a empresa e disseram-me para levar o bote para inspeccionarem num dia de manhã. No final da tarde voltei para ver se estava reparado e foi-me dito que tinha de ir comprar o material para o reparar porque eles apenas ofereciam a mão-de-obra!
Exigi falar ao telefone com o patrão, visto que no escritório apenas estava uma nova empregada. No decorrer da conversa via telefone negou tudo o que tinha dito pessoalmente em frente da minha esposa aquando da conversa para se decidir se compravamos novo ou usado. Negou que tivesse garantido que o bote estava em boas condições e não perdia ar, tendo mesmo insinuado que talvez estivesse nessas condições devido ao uso que lhe davamos!
Depois de ponderar bem o que fazer, optámos por não voltar a falar com eles e não aceitar a “oferta” da mão-de-obra gratuita.
Mas não queremos deixar passar a oportunidade para divulgar o nosso caso para que futuras vítimas tenham atenção.
Entretanto sabemos que o outro bote de fundo flexível já foi vendido e está a ser usado por uma pessoa com veleiro aqui. Esperamos que tenha tido melhor sorte que nós.

Apesar de ter-mos tido um bom serviço no que diz respeito à inspecção do salva-vidas (possivelmente porque tem de ser avalizada pela marca), a forma como nos trataram relativamente ao bote obriga-nos a desaconselhar completamente os serviços da Liferaftand Inflatable Centre, não só porque nos enganaram mas também porque são agentes de várias marcas, incluíndo agentes locais da Budget Marine, que muitos de nós usa como fonte de peças e equipamentos.

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