terça-feira, outubro 22, 2013

É tudo destino

(Artigo publicado, originalmente em Inglês pela NaE e traduzido pelo João para Português)
A vida é uma viagem!
Quando era uma estudante universitária não planeava muito a minha vida após a formatura, o que gostaria de ser ou que tipo de trabalho queria fazer.
Tentei ser estagiária num hotel famoso e numa agência de viagens, mas não resultou porque não eram tarefas com que eu me identificava.
A minha licenciatura é em Língua Francesa, com bacharelato em Inglês, o que fez com que fosse relativamente fácil encontrar emprego. Aliás, nessa altura um dos meus professores convidou-me para trabalhar com ela num projecto de pesquisa, pelo que nem sequer tive de me esforçar para encontrar emprego.
A maioria dos meus amigos que não conseguia encontrar emprego antes da formatura, ou que não queriam trabalhar imediatamente, continuaram os seus estudos para Mestrado na Tailândia ou no estrangeiro.

Um dia, durante o último semestre do meu curso, uma das minhas amigas mais próximas que é adepta de ler a fortuna nos cartomantes, pediu-me para ir com ela a um perto da universidade. É algo tradicional tailandês mas semelhante à leitura da palma de estilo ocidental.
A minha universidade localiza-se perto de uma das principais atracções turísticas de Banguecoque, o Grand Palace, onde há festas e feiras todo o ano.
Pessoalmente não acredito em cartomantes, porque quem sabe da minha vida melhor do que eu? No entanto, visto que a minha amiga insistiu tanto, acabei por ir.
Quando a cartomante começou a dizer à minha amiga sobre a sua vida, sobre os seus problemas familiares, acertando mesmo no tipo de doença que o seu pai tinha sem que ela tenha dito qualquer coisa que o pudesse revelar, comecei a ficar curiosa de como é que ela poderia saber tanto sobre a minha amiga e decidi também experimentar!
Quando chegou a minha vez, disse-me que o namorado que tinha naquele momento não era a minha alma gémea e que a minha verdadeira alma gémea estava longe. Claro que não acreditei e não levei nada a sério. Quando segurou na minha mão e olhou para a minha palma disse que eu iria viajar muito! "Tanto que nunca iria ser capaz de parar!" Curiosa, perguntei-lhe se a viagem seria de lazer, estudo ou trabalho? Tendo ela respondido que as linhas da minha mão só lhe mostravam que eu iria ser uma viajante.
Isso fez-me fez, como é que eu iria viajar o tempo todo se não fosse rica?
Claro que depois daquele dia não pensei mais no assunto e continuei a viver a minha vida normalmente.

Alguns anos depois fui trabalhar para uma empresa de arquitectura, pertença de um grupo que também tem uma revista de design. A mesma amiga que me arrastou para ler a sina também ali trabalhava, juntamente com outros ex-colegas de faculdade.
Passando algum tempo foram todos enviados para Hong Kong para participar numa feira de design durante uma semana. Tendo eu aproveitado essa oportunidade, uma vez que o nosso grupo de amigos da universidade nunca tinha viajado junto, e pedi férias também. Era a minha primeira vez a voar para fora do país e viajar sozinha para ir ao encontro dos meus amigos que já estavam em Hong Kong.
Não foi fácil para mim entender os anúncios do aeroporto em Inglês, com um sotaque "estrangeiro"! O meu voo estava atrasado, a minha “limousine” do meu hotel foi-se embora e não esperou por mim e eu nem sabia como fazer uma chamada telefónica internacional!
O copo d'água donosso casamento na Tailândia, ambos em roupas tradicionais
Nesta primeira viagem ao exterior sozinha conheci o homem que viria a ser o meu marido. Foi ele que me ajudou a lidar com todos os contratempos, visto que já estava acostumado a lidar com a maneira chinesa de trabalhar. Desde então, mantivemos um relacionamento à distância, viajando para nos encontrarmos sempre que tínhamos tempo e dinheiro, até decidirmos casar e viver juntos.
Eu costumava sempre dizer que não gostava de Ocidentais, no entanto, acabei casada com um! De viajantes independentes a parceiros de viagem, passando a viver e a trabalhar num país estrangeiro e, finalmente, planeando a nossa "Volta ao Mundo"..
Tu ao leme e eu a dar direcções. É uma vida de casal!
Quando olho para trás, eu consigo acreditar que cheguei tão longe e que vou continuar a minha caminhada.
O meu destino já estava escrito, mas era ainda desconhecido. Mesmo que eu queira mudar o meu destino, lutando pelo que quero, para construir tudo o que preciso e para escolher quem gostaria de encontrar, agora acredito que não podemos mudar nada.
Tudo tem uma razão para começar e para terminar.

Tudo o que pudemos fazer são boas acções para ganharmos mérito até ao dia em que esse mesmo mérito nos será retribuído, a isso "Karma".
A viagem é sempre boa se o companheiro de viagem for bom


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