sábado, setembro 06, 2014

Eólico a funcionar

Desde que começámos a viver a bordo do nosso veleiro que nos debatemos com problemas de energia. De início tivemos problemas com as baterias, que tiveram de ser todas substituídas. No total foram seis baterias de ciclo profundo que nos davam, ou deveriam dar, 115amp cada, duas ficam destinadas apenas à ignição e as restantes quatro a tudo o resto. Infelizmente, desde o início e mesmo após mudar todas as baterias compradas (ainda dentro da garantia), nunca fomos capazes de manter energia suficiente, andando sempre o nível perto dos 12 volts e ao fim da noite mesmo abaixo dos 12 volts, o que não é nada bom para as baterias.
Em termos de produção apenas tínhamos o alternador do motor, um Powerline de 115amp equipado com regulador que gera energia suficiente para as baterias mas que obriga o motor a funcionar. Fazemos isso uma vez por dia durante uma hora ao final do dia, aproveitando também essa altura para produzir água potável. Ainda antes de começarmos a nossa viagem tentámos minimizar a dependência do alternador instalando um painel solar, optámos por uma unidade grande que oferece 250Watts e que, em dias de sol, atesta as baterias completamente mesmo com o frigorífico a funcionar. No entanto, apesar do painel solar, continuávamos a ter problemas de gerar energia, especialmente em dias sem sol.
Havia, ou melhor, ainda há, um gerador eólico KISS a bordo mas que nunca funcionou. Precisa de ser totalmente reconstruído. Devido às minhas limitações em termos de conhecimentos eléctricos, optámos por não o reconstruir mas sim adquirir uma unidade nova.

Com as restrições orçamentais conhecidas começámos a pesquisa, estando inclinados em comprar algo feito em Portugal. Com a secreta esperança que o produtor decidisse oferecer a unidade em troca de promoção da marca e como forma de apoiar o nosso esforço de promoção da cultura lusófona.
Contactado foi o produtor da marca SilentWind, pelo nosso conhecimento o único gerador eólico marítimo feito em Portugal, mas a resposta que recebemos foi com a oferta de um desconto de 20% numa factura que ultrapassava os mil Euros. Agradeci a simpatia e recusei devido a falta de recursos. Agora posso dizer que aqui em St Thomas conseguia a mesma unidade com um desconto superior ao que a casa mãe em Portugal me oferecia e pelo qual queriam que fosse feito comentários positivos ao produto!
Mas, depois de muito procurar e porque tínhamos de encontrar algo que se encaixasse no nosso orçamento, optámos por adquirir uma unidade de 400Watts da Sunforce. Não se trata de exactamente uma versão marítima mas parece oferecer todos os requisitos necessários para se aguentar algum tempo neste ambiente.
Foi encomendada através da Amazon e passado quatro dias estava no nosso barco sem quaisquer encargos adicionais para envio. Passado 24 horas estava instalada e a funcionar. Trata-se de uma unidade com controlador interno sem necessidade de passar pelo nosso controlador do painel solar, pelo que a ligação vai directa ao banco de baterias usado para o equipamento eléctrico do veleiro. Pela experiência até ao momento, parece funcionar bem e quando o vento ajuda, realmente carrega as baterias, ajudando a manter a carga acima dos 12 volts mesmo em dias sem sol.
A instalação, no nosso caso, foi bastante fácil visto que aproveitámos para substituir a unidade KISS, que agora vai esperar até que algum benfeitor nos queira apoiar na sua renovação. As ligações eléctricas estavam no local, o poste necessário estava já instalado. Apenas foi necessário prolongar o cabo eléctrico do compartimento do motor até às baterias, aproveitando essa ligação para instalar um interruptor de 50amp para desligar o gerador eólico quando não é necessário funcionar ou para lhe fazer manutenção no futuro.
No futuro iremos instalar mais um ou dois painéis solares e, quando for necessário substituir baterias, possivelmente iremos optar por baterias de lithium. Mas, para já e até chegarmos à Ásia, temos de viver com este sistema.

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