Desde que começámos a viver a bordo do nosso veleiro que nos debatemos com problemas de energia. De início tivemos problemas com as baterias, que tiveram de ser todas substituídas. No total foram seis baterias de ciclo profundo que nos davam, ou deveriam dar, 115amp cada, duas ficam destinadas apenas à ignição e as restantes quatro a tudo o resto. Infelizmente, desde o início e mesmo após mudar todas as baterias compradas (ainda dentro da garantia), nunca fomos capazes de manter energia suficiente, andando sempre o nível perto dos 12 volts e ao fim da noite mesmo abaixo dos 12 volts, o que não é nada bom para as baterias.
Em termos de produção apenas tínhamos o alternador do motor,
um Powerline de 115amp equipado com regulador que gera energia suficiente para
as baterias mas que obriga o motor a funcionar. Fazemos isso uma vez por dia
durante uma hora ao final do dia, aproveitando também essa altura para produzir
água potável. Ainda antes de começarmos a nossa viagem tentámos minimizar a
dependência do alternador instalando um painel solar, optámos por uma unidade
grande que oferece 250Watts e que, em dias de sol, atesta as baterias
completamente mesmo com o frigorífico a funcionar. No entanto, apesar do painel
solar, continuávamos a ter problemas de gerar energia, especialmente em dias
sem sol.
Havia, ou melhor, ainda há, um gerador eólico KISS a bordo
mas que nunca funcionou. Precisa de ser totalmente reconstruído. Devido às
minhas limitações em termos de conhecimentos eléctricos, optámos por não o
reconstruir mas sim adquirir uma unidade nova.
Com as restrições orçamentais conhecidas começámos a pesquisa, estando inclinados em comprar algo feito em Portugal. Com a secreta esperança que o produtor decidisse oferecer a unidade em troca de promoção da marca e como forma de apoiar o nosso esforço de promoção da cultura lusófona.
Contactado foi o produtor da marca SilentWind, pelo nosso
conhecimento o único gerador eólico marítimo feito em Portugal, mas a resposta
que recebemos foi com a oferta de um desconto de 20% numa factura que
ultrapassava os mil Euros. Agradeci a simpatia e recusei devido a falta de
recursos. Agora posso dizer que aqui em St Thomas conseguia a mesma unidade com
um desconto superior ao que a casa mãe em Portugal me oferecia e pelo qual
queriam que fosse feito comentários positivos ao produto!
Mas, depois de muito procurar e porque tínhamos de encontrar
algo que se encaixasse no nosso orçamento, optámos por adquirir uma unidade de
400Watts da Sunforce. Não se trata de exactamente uma versão marítima mas
parece oferecer todos os requisitos necessários para se aguentar algum tempo
neste ambiente.
Foi encomendada através da Amazon e passado quatro dias
estava no nosso barco sem quaisquer encargos adicionais para envio. Passado 24
horas estava instalada e a funcionar. Trata-se de uma unidade com controlador
interno sem necessidade de passar pelo nosso controlador do painel solar, pelo
que a ligação vai directa ao banco de baterias usado para o equipamento
eléctrico do veleiro. Pela experiência até ao momento, parece funcionar bem e
quando o vento ajuda, realmente carrega as baterias, ajudando a manter a carga
acima dos 12 volts mesmo em dias sem sol.
A instalação, no nosso caso, foi bastante fácil visto que
aproveitámos para substituir a unidade KISS, que agora vai esperar até que
algum benfeitor nos queira apoiar na sua renovação. As ligações eléctricas
estavam no local, o poste necessário estava já instalado. Apenas foi necessário
prolongar o cabo eléctrico do compartimento do motor até às baterias,
aproveitando essa ligação para instalar um interruptor de 50amp para desligar o
gerador eólico quando não é necessário funcionar ou para lhe fazer manutenção
no futuro.
No futuro iremos instalar mais um ou dois painéis solares e,
quando for necessário substituir baterias, possivelmente iremos optar por
baterias de lithium. Mas, para já e até chegarmos à Ásia, temos de viver com
este sistema.

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