terça-feira, setembro 17, 2013

Entrar em território americano

(Texto original escrito em Tailandês pela NaE e traduzido da sua versão em Inglês, disponível na página em Inglês, pelo João)

Maço de documentos que não foram usados
Para mim, portadora de passaporte Tailandês, sempre foi e será complicado cada vez que decido viajar. Não posso simplesmente comprar bilhetes de última hora e arrancar para o aeroporto sem bagagem, é sempre necessário planeamento prévio. O João e Maria Dee têm passaporte Português, por isso, têm mais oportunidades de ver o mundo que eu ou que muitos de nós que temos passaportes asiáticos.
Ir à Europa nunca foi problema porque casei com um cidadão europeu. É rápido, fácil e gratuito! Mas, por favor, não se vão agora casar com um Europeu apenas para terem vistos gratuitos! Para mim é de graça porque somos ambos residentes de Macau e como Macau foi um território Português durante muitos séculos, as taxas de vistos são gratuitas.
Assim que percebi que precisava de viajar para os EUA para conseguir chegar ao nosso veleiro na República Dominicana entrei em pânico só de pensar na papelada para tratar do visto de trânsito. Preparei uma pilha de documentos e rezei para que me deixassem passar pelos Estados Unidos para chegar à República Dominicana sem grandes problemas. Para quem a língua materna não é o Inglês, é algo confuso fazer o registo na internet. Demorei mais de 2 horas para responder a perguntas como "Você está envolvida em tráfico humano? ", " Você tomou parte em actividades terroristas? " Ou outras perguntas “non sense”.
A parte mais fácil é a de pagar! Podemos pagar o visto para os EUA através de qualquer loja de conveniência 7-11. Depois de pago, é preciso fazer o login novamente e fazer a marcação da entrevista para terminar o processo de registo.
Exemplos de questões
Na Região Administrativa Especial de Macau não há Consulado dos EUA ou Embaixada. Tive que ir de ferry, uma hora, para Hong Kong para a entrevista do visto. Só para entrar em território americano em Hong Kong é preciso passar vários pontos de segurança, no entanto, todos os funcionários são profissionais e eficientes. A minha entrevistadora era uma senhora americana sempre de sorriso na cara. Gostava que todos os funcionários das repartições públicas fossem como ela! Apenas me fez uma pergunta: "Então, qual é o seu plano? ". Como não sou terrorista respondi explicando o nosso plano: "Ah! Temos um barco na República Dominicana e planeamos viajar à volta do mundo mas primeiro temos de conseguir chegar ao nosso veleiro".
"Uau, isso é um grande plano! ", exclamou a funcionário americana.
Sim, seria muito bom se eu conseguisse passar pelos Estados Unidos, pensei para com os meus botões!
Entretanto, aproveitei para fazer uma pergunta. "Se precisar de parar em algumas ilhas como as Ilhas Virgens Americanas, como posso pedir outra vez um visto para os EUA?" Ao que ela simplesmente respondeu: " Ok , vamos dar-lhe um visto de 10 anos para que não tenha mais problemas."
O QUÊ!? O país em que eu nunca pensei conseguir entrar vai dar-me um visto de 10 anos? Como assim, perguntei eu? "Eu só vim pedir um visto de trânsito".
Ela olhou para mim e perguntou: "Quer ou não quer?"
Eu fechei a boca e disse obrigado antes de sair! Graças a Deus, um problema a menos…
Fila de espera antes as 7 da manhã para entrar no Consulado Americano
Sinto-me honrada de ter um visto de 10 anos no meu passaporte tailandês. Afinal, não é tão difícil como eu imaginava. Do monte de documentos que eu tinha preparado, só precisava mesmo do meu Bilhete de Identidade de Macau!
Uma amiga chinesa disse-me que, provavelmente, deram-me o visto porque eu tenho marido Europeu! Se fosse uma jovem solteira asiática a pedir um visto para os EUA seria diferente!
Seja como for, continuamos na nossa rota mantendo Porto Rico, Ilhas Virgens Americanas, Samoa Americana, Guam, Marianas do Norte, Ilhas Menores Americanas e, claro, Havai!
Agora o que eu preciso fazer é praticar mais "Inglês". Com a prática, espero, deixo de falar "Thinglish" ou "Chinglish".

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