A nossa estadia aqui em St
Lucia tem sido boa e, regra geral, sem grandes complicações. No que
diz respeito aos serviços oficiais, nada a apontar. Profissionais e
sempre dentro da Lei. Se bem que outras pessoas se queixam de serem
coagidos a pagamentos extra. Tal ainda não se passou connosco, nem
mesmo no primeiro pedido de extensão do período de permanência.
O mesmo podemos dizer
acerca das pessoas e dos negócios locais. No supermercado SuperJ
tivemos um pequeno problema com o cartão de crédito, que na maior
parte das vezes se recusa a funcionar e tem que ter os dados
introduzidos manualmente. Nesse supermercado recusaram-se a fazê-lo!
Agora com o chegar da
época alta começamos a ver mais oportunistas a tentarem extrair uns
dólares dos visitantes. Tal apenas nos tinha acontecido na primeira
vez que fomos comprar água, tendo sido enganados e roubados numas
dezenas de dólares EC nas bombas de gasolina no canal de entrada na
lagoa. Aprendemos com o erro e agora só compramos água na marina,
quando necessário.
No entanto, o nosso maior
problema até hoje veio de onde menos esperávamos, isto porque até
fiz um post (o meu último) a dizer bem da empresa! A mesma que nos
fez um excelente serviço na inspecção do nosso salva-vidas
enganou-nos na compra do bote em segunda-mão.
Quando visitámos a
Liferaft and Inflatable Centre,
nas instalações a bombordo do canal de entrada da lagoa de Rodeny
Bay, íamos primeiramente à procura de um novo bote. Estávamos
inclinados em comprar um AB de 9 pés, de casco de alumínio. Mas
isso iria ser um rombo enorme nas nossas finanças pelo que lhes
perguntámos se tinham algum usado em bom estado. Tendo o seu
proprietário, um cidadão
britânico aqui radicado, dito que tinham um AB de 11 pés de cascoem alumínio em excelentes condições.
No mesmo dia fomos ver
esse bote e outro de piso insuflável que não nos interessava. De
volta ao escritório falou-se também da hipótese de ver se um
conjunto de tubos da Zodiac que tinham servirem no casco do nosso
velhinho bote. Para isso deixámos o nosso bote e emprestaram-nos o
AB11 para usarmos até ao dia seguinte.
Nessa noite, com receio
que o bote desaparecesse, decidimos metê-lo no convés do Dee, tendo
ficado instalado comodamente para nossa surpresa porque pensávamos
que fosse muito grande para o espaço. Isso veio reforçar ainda mais
a hipótese de optarmos pela sua compra visto que nos garantiam que
estava em excelentes condições sem qualquer perda de ar e ofereciam
mesmo um trabalho cosmético geral antes de nos entregarem o mesmo.
Perante isso, e com um preço a rondar os 2000 dólares americanos
(contra os cerca de quatro mil que seriam o modelo mais pequeno
novo), decidimos, contra-vontade da esposa, voltar a comprar
segunda-mão.
Havia ainda o problema do
motor fora-de-bordo, o nosso é curto e o bote necessita de um longo
mas depois de o testar alguns dias vimos não ser necessário
rebaixar a popa. No dia em que levámos o bote lembro-me de referir
que parecia estar com pouco ar mas foi-nos dito que seria preferível
tê-lo com um pouco menos de ar por causa das diferenças de pressão
do dia para a noite. Passados quatro ou cinco dias comecei a notar
que havia mesmo perda de ar e que não era apenas devido à pressão
atmosférica. Tal foi referido à empresa que continuou a insistir
que seria da diferença de temperatura. Anuí e insisti mais uns dias
para voltar a constatar que perdia mesmo ar. Um dia quando vinhamos
da praia, ao entrar molhado no bote, notámos mesmo que um dos
remendos vertia ar, borbulhando na água.
Voltei a falar com a
empresa e disseram-me para levar o bote para inspeccionarem num dia
de manhã. No final da tarde voltei para ver se estava reparado e
foi-me dito que tinha de ir comprar o material para o reparar porque
eles apenas ofereciam a mão-de-obra!
Exigi falar ao telefone
com o patrão, visto que no escritório apenas estava uma nova
empregada. No decorrer da conversa via telefone negou tudo o que
tinha dito pessoalmente em frente da minha esposa aquando da conversa
para se decidir se compravamos novo ou usado. Negou que tivesse
garantido que o bote estava em boas condições e não perdia ar,
tendo mesmo insinuado que talvez estivesse nessas condições devido
ao uso que lhe davamos!
Depois de ponderar bem o
que fazer, optámos por não voltar a falar com eles e não aceitar a
“oferta” da mão-de-obra gratuita.
Mas não queremos deixar
passar a oportunidade para divulgar o nosso caso para que futuras
vítimas tenham atenção.
Entretanto sabemos que o
outro bote de fundo flexível já foi vendido e está a ser usado por
uma pessoa com veleiro aqui. Esperamos que tenha tido melhor sorte
que nós.
Apesar de ter-mos
tido um bom serviço no que diz respeito à inspecção do
salva-vidas (possivelmente porque tem de ser avalizada pela marca), a
forma como nos trataram relativamente ao bote obriga-nos a
desaconselhar completamente os serviços da Liferaftand Inflatable Centre, não só porque nos enganaram mas também
porque são agentes de várias marcas, incluíndo agentes locais da
Budget Marine, que muitos de nós usa como fonte de peças e
equipamentos.